
Foto SSP-PI
Na manhã desta segunda-feira (12), a Delegacia de Proteção do Meio Ambiente (DPMA) deflagrou a Operação Falso Vet em Teresina, resultando no cumprimento de cinco mandados de prisão contra indivíduos suspeitos de realizar procedimentos cirúrgicos ilegais em animais.
As investigações da DPMA revelaram que os detidos efetuavam castrações clandestinamente em suas residências, operando à margem da lei e sem qualquer registro no Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV). A delegada Adília Klein, responsável pelo caso, descreveu as condições em que os procedimentos eram realizados como precárias e cruéis, com higiene inadequada e ausência de anestesia apropriada.
A prática ilegal configura crime de maus-tratos com o agravante de tortura animal, conforme destacou a delegada Klein, sendo este o principal motivador da operação. As investigações da Polícia Civil reuniram um conjunto de provas robusto, incluindo documentos, depoimentos e material audiovisual, que comprovam a atuação ilícita dos envolvidos.
A delegada informou que nenhum dos suspeitos presos possui a formação ou a autorização legal necessária para exercer a medicina veterinária.
As investigações prosseguem com o objetivo de identificar outros possíveis envolvidos no esquema. A Polícia Civil aproveita para alertar a população sobre a importância de verificar o registro do profissional no CRMV antes de permitir qualquer procedimento em seus animais de estimação.
Denúncias de maus-tratos podem ser feitas de forma anônima, auxiliando as autoridades na fiscalização e proteção dos animais no estado.
O presidente do CRMV-PI, Miguel Ferreira Cavalcante Filho, expressou sua indignação diante da situação, reforçando o compromisso do conselho em combater práticas ilegais na profissão.
“É o maus-tratos que mais dói na nossa sociedade, porque é feito por dinheiro. Muitas pessoas se passam por falso veterinário, enganam a população e eles não sabem fazer nada, levam o dinheiro do consumidor e ainda causam maus-tratos aos animais, às vezes torturas medicamentosas e às vezes, leva até à morte do animal. Os locais fiscalizados têm uma precariedade enorme na questão higiênica, encontramos dois animais com procedimento cirúrgico dentro de caixas com fezes, é bastante deprimente ver os animais nesse estado e ver a nossa profissão ser usada com esse pretexto, é muito triste, mas, o papel do conselho é esse, proteger a profissão, mas, acima de tudo, proteger a sociedade desses falsos veterinários”, declarou o presidente.